CROSSDRESSSING - (Frequentemente abreviado para
"CD", ou para o diminutivo "CDzinha", ou com a expressão
“Travesti de closet”. Cross = cruzar, atravessar + dresser =
vestir-se...trajar-se =“vestir-se ao contrário”.
CROSSDRESSER = Cruzar a fronteira entre os sexos,
mas no que concerne à roupa, à indumentária.) -> A definição de
Crossdresser implica vestir-se com as roupas designadas para o gênero
oposto, sem assumir publicamente essa identidade; em geral é mais comum o homem
que se veste com roupas de mulher, mas não é necessariamente homossexual ou
bissexual
É um termo que se refere a pessoas que vestem roupa
ou usam objetos associados ao sexo oposto, como por exemplo: joias, perucas,
perfumes, maquiagens, por qualquer uma de muitas razões, desde vivenciar uma
faceta feminina (para os homens), masculina (para as mulheres), motivos
profissionais, para obter gratificação sexual, ou outras.
Não está relacionado com a orientação sexual, e
um crossdresser pode ser heterossexual, homossexual, bissexual
ou assexual. O crossdressing também não está relacionado com a
transexualidade*.
Em simples palavras, é homem, que por alguma razão,
gosta, deseja, ama, adora e tem verdadeira loucura na prática da arte de se
vestir como mulher, sem necessariamente ser homossexual, podendo até ser
casado, levando uma vida normal masculina heterossexual, ou bissexual.
Os crossdressers tipicamente não modificam o seu
corpo, através da terapia hormonal ou cirurgias, e se identificam com o próprio
gênero em que nasceram, tendo uma relação de empatia com o sexo
oposto. O crossdresser é apenas um fetiche [=objeto
inanimado ou parte do corpo considerada como possuidora de qualidades mágicas
ou eróticas], ele gosta de se vestir de mulher, mas não quer mudar de sexo.
Nesse sentido ela se inclui entre as Parafilias (= é um padrão
de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante ou secundária
de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade, e de acordo
com algumas teorias psicológicas são parte integral da psiquê normal). CDs não
assumem publicamente uma identidade social feminina. Em relação à fantasia, seu
objetivo central, é o de representar, muitas vezes do modo mais verossímil
possível (desde que isso não afete sua imagem de gênero no cotidiano), a figura
do sexo oposto. Para tal, diversos objetos poderão ser utilizados: De vestidos
e gravatas, passando por batons e gloss. Ainda sobre o fetiche, ele poderá ser
praticado tanto por homens como por mulheres. Não representando, pois,
nenhuma conotação quanto a opção sexual do praticante.
Nos Estados Unidos, a prática se popularizou a
partir dos anos 90. Na época, um de seus mais importantes políticos, Stu
Rasmussen, revelaria ser adepto do costume.
Vivenciar a experiência de gênero do parceiro ou da
parceira é considerado normal e uma ampliação do universo emocional por pessoas
que praticam crossdressing. Não se trata apenas de uma experiência
sexual, mas de uma experiência humana mais profunda, e uma maior compreensão
das sutilezas do sexo oposto!
“Ninguém nasce mulher, aprende-se a ser.” A
máxima da filósofa francesa Simone de Beauvoir não serve
apenas para as que nasceram biologicamente mulheres. Muitos homens, ao longo da
vida, vão ter necessidade de expressar uma identidade feminina que se manifesta
sobretudo na aparência.
A Internet foi fundamental para que muitos
crossdressers, transexuais e travestis tivessem mais informação sobre a
necessidade interior de se vestir com roupas femininas, e passassem a
compreender melhor o conceito de identidade de gênero. Quando está travestido,
o crossdresser é uma identidade feminina, mesclada com identidade masculina,
que fica como pano de fundo da personalidade. Porque ele precisa manter e
aceitar seu genital.
Muitos se vestem com as roupas de suas namoradas e
esposas, e se masturbam enquanto vestidos de tal forma! É uma forma fetichista
de prazer.
Quando entende e aceita os aspectos femininos da
sua identidade, o crossdresser em geral busca apoio para construí-la. Esse
apoio pode ser outros praticantes do CD, uma amiga, ou a própria esposa, que
muitas vezes se beneficia de ter um marido, um namorado, um parceiro mais
compreensivo com as sutilezas do universo feminino!
A maioria dos crossdressers conta para a mulher
depois de um bom tempo de relacionamento. Algumas mulheres por um período acham
que o marido é bissexual. Mas com orientação correta, os dois têm claro que o
assunto é outro, e que isso não vai desaparecer com
psicoterapia. Embora haja casos em que o casal se separa, muitas
mulheres, com cabeça mais aberta, acabam aceitando.
Também existem as “Geek Crossdresser” [= Geek é uma gíria
da língua inglesa cujo
significado éalguém viciado em tecnologia, em
computadores e internet.
Nessa caso o termo “Geek Crossdresser” se refere ás plataformas de realidade
simulada como o “Second Life”, em que o usuário vive um personagem do sexo
oposto ao do seu sexo biológico].
Uma boa produção leva tempo e exige muitos itens,
além e na maioria das vezes custa tão caro quanto um Cosplay [= um termo em
inglês, formado pela junção das palavras costume (fantasia) eroleplay (brincadeira ou interpretação). É considerado
um hobby onde os participantes se
fantasiam de personagens fictícios da cultura pop].
De forma ainda minoritária, alguns CDs saem
literalmente do armário, andando pelas ruas sem se preocuparem com as
convenções sociais. Mas outros, em sua maioria, por motivos profissionais ou
por questões familiares, não tornam a prática pública e, por essa razão,
procuram os espaços destinados para tal, ou eventos promovidos por instituições
como o BCC – Brazilian Crossdresser Club (http://www.bccclub.com.br), que completou recentemente 15
anos de existência.
No Japão existe toda uma Tribo Urbana de CrosdresserPlayers,
os Cospleyeres que se fantasiam com seus personagens favoritos do gênero
oposto! E existe toda uma indústria para dar suporte na montagem desses
personagens!
Lembrando Pepeu Gomes na música Masculino e
Feminino “Ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino”, esse
pensamento talvez seja o grande diferencial de um Crossdresser
PEQUENO VOCABULÁRIOS DOS GÊNEROS:
TRANSGÊNEROS – O termo transgênero ou na
forma abreviada trans, refere-se a pessoas cuja expressão
social ou identidade de gênero difere daquela tipicamente associada ao gênero
que lhes foi atribuído no nascimento. O termo também designa pessoas que não se
identificam com as noções convencionais de homem ou mulher, combinando ou
alternando as duas identidades de gênero. O prefixo trans significa
"além de", "depois de". Transgênero é um conceito
abrangente que engloba grupos diversificados de pessoas que têm em comum a não
identificação com comportamentos ou papéis esperados do sexo biológico,
determinado no seu nascimento. Esses grupos não são homogêneos, dado que a não
identificação com o gênero de nascimento se dá em graus diferenciado.
TRANSFORMISTAS - Transformista é uma pessoa que
veste roupas usualmente próprias do sexo oposto com intuitos essencialmente
artístico-comerciais, sem que tal atitude interfira necessariamente em sua
identidade de gênero. Os transformistas fazem parte da população crossdresser,
mas a sua motivação está relacionada apenas com motivos profissionais, como
espetáculos de transformismo
GENDERQUEER - (GQ; ou não-binário) é um
"termo chave" (termo que, neste caso, embarca várias identidades
diferentes dentro de si) para identidades de gênero que não sejam
exclusivamente homem nem mulher, estando, portanto, fora do binário de gênero e
da cisnormatividade.
DRAG QUEENS - ou Drag Kings são
artistas performáticos que se travestem, fantasiando-se cômica ou
exageradamente com o intuito geralmente profissional artístico. A expressão
"Drag-Queen" (de DRAG, "Dressed As a Girl"), em
inglês, é equivalente a transformista, mas quando utilizada no português, por
vezes refere-se aos crossdressers com um visual mais exageradamente feminino.
TRANSEXUAL - As pessoas transexuais são pessoas que nasceram
com um gênero (homem ou mulher), mas que não se identificam com ele.
Diferentemente do travestismo fetichista (que se descreve como um tipo de
parafilia), o travestismo transexual se caracteriza por pessoas vivem esta
síndrome e ainda não entraram em transição, mas eventualmente se vestem do sexo
desejado. Indivíduos que nasceram com essa condição sofrem uma inversão
psicossocial completa de gênero. Sendo considerado um problema físico e não
psicológico como muitos acreditam, há tratamento médico e psicológico com
hormônio terapia e cirurgia para melhor adaptar o gênero do corpo ao sexo
neurológico. A transexualidade é algo além de se fazer modificações corpóreas,
se trata de um incômodo em viver num gênero que em nada lhe representa". O
importante mesmo é se sentir confortável com o seu corpo. Por exemplo, a mulher
trans nasce com o sexo biológico masculino, mas a sua identidade de
gênero, que é a forma como ela se percebe, e orientação sexual são
geralmente femininas. Já as travestis, são pessoas que têm o sexo biológico
masculino, mas que possuem identidade de gênero ambígua. Elas podem se
identificar tanto com seu lado homem, quanto com seu lado mulher e
ter orientação sexual fluída. Agora, cabe a cada pessoa dizer ou definir o que
ela é. É ela quem define o que é e como quer ser reconhecida!
Não se fala em "cirurgia de mudança
de sexo", o termo correto é redesignação sexual (CRS).
TRAVESTIS - São pessoas que vivem uma parte significativa
do dia ou mesmo o dia-a-dia como se fossem do sexo oposto. Além de se
travestirem com roupas do sexo oposto é comum a utilização de um nome social,
corte de cabelo, adoção de modos e de timbre de voz consoantes com o sexo
almejado. O uso de hormônios e a realização de cirurgias estéticas, incluindo
próteses de seios e aumento dos glúteos, são muitas vezes utilizados por
travestis para aproximar o corpo ao desejado. Há também outras denominações
populares para as travestis, como "t-gata", "t-girl",
shemale e boneca. Uma travesti dificilmente vai optar por uma cirurgia,
justamente por essa identidade de gênero ambígua.
BISSEXUALIDADE - Divide-se em dois grupos que se
entrecruzam: A Bissexualidade afetiva, e a Bissexualidade sexual.
Temos ainda pessoas de sexualidade fluída, que
durante certas fases da vida se encontram em partes distintas da escala de
Kinsey*, que determina “graus” de bissexualidade.
Heteroflexível (maioritariamente hétero) e quem é
homoflexível (maioritariamente homossexual).
Bi-curiosos, alguém que por norma não se identifica
como bi mas sente vontade de experimentar estar com outros géneros.
É comum a confusão de que ser um homem ou mulher
transexual é, logo, ser homossexual. Mas, gênero, que é a percepção
individual de cada um sobre ser homem, mulher ou algo a mais, não é
sinônimo de orientação sexual. Ser uma pessoa transexual ou travesti não
significa necessariamente ser homossexual.
O QUE DIZ A PSICOLOGIA E A PSICANÁLISE ?
Todos, homens e mulheres, temos um lado
homossexual. Em cartas trocadas com Freud,
Fliess introduz a ideia da bissexualidade inata. Freud desenvolve esta ideia
nos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, segundo a qual todos
nascemos com uma predisposição à bissexualidade, e ao longo do desenvolvimento,
acabamos por reprimir o desejo pelo mesmo sexo (tornando-nos heterossexuais) ou
o desejo pelo sexo oposto (tornando-nos homossexuais). E seguimos carregando
vestígios e aspectos da sexualidade que foi reprimida, devido à predisposição
para a bissexualidade.
O Crossdress é uma forma de se relacionar com
sua Anima/Animus (= indicam a
imagem da alma de um indivíduo, respectivamente masculina ou feminina). Anima e
Animus, na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, são parte do princípio da
complementariedade, através do qual a psique se move; aspectos inconscientes de
um indivíduo, opostos à Persona, ou aspecto consciente da
Personalidade. O inconsciente do homem encontra expressão como uma
personalidade interior feminina: a Anima. No inconsciente da mulher, esse
aspecto é expresso como uma personalidade interna masculina: o Animus.
O Hábito de homens se fantasiarem de mulher no
carnaval é um ritual de inversão – No Carnaval é comum encontrarmos homens
travestidos de mulher, ou “montados”, como se diz atualmente. Alguns blocos
carnavalescos assim se popularizaram e muitas pessoas consideram normal e
divertido ver um “bigodudo” de colombina ou noiva grávida. O homem se
veste de mulher porque quer ser mais afetivo de maneira escancarada, sair
beijando todos, de qualquer sexo. Homem afetivo, nos outros dias do ano, é
coisa de gay”, afirma o psicoterapeuta Sócrates Nolasco. “É um contraponto. Um
momento do ano em que ele não precisa afirmar sua masculinidade.
A sexualidade é uma limitação brutal. A percepção
de que a gente pertence a um sexo significa não pertencer ao outro, o que de
certa forma nos rouba uma parte da humanidade. A mulher tem uma versatilidade
comportamental muito maior. O homem não pode nem fazer carinho em outro homem.
O Carnaval é a transgressão inocente, o “liberou geral” para desfrutar seu lado
feminino sem perigo.
Os homens que se fantasiam de mulher para zoar à
vontade fazem do Carnaval uma catarse de seus fetiches. Claro que só saem em
bando. Coisa de macho mesmo. Porque sair sozinho vestido de mulher pode dar
origem a outras interpretações.
Por um instante, eu me lembro de Freud. O pai da psicanálise
dizia que a mulher sentia inveja do pênis. Não seria o contrário?
O QUE A HISTÓRIA TEM A DIZER ?
O costume de homens se fantasiarem de mulher sempre
existiu. É permanente em todos os carnavais, até em carnavais na Rússia de
Catarina II, em 1700.
Mulher tem um enorme leque de variações no
vestuário. Homem é mais conservador. As novidades na roupa masculina desde os
anos 60 foram a bermuda, a bata e a camiseta regata. Todavia, muitas peças do
vestuário feminino já foram, no passado histórico, peças de uso masculino, como
os sapatos de salto alto! Ele foi amplamente utilizado a partir do século 17 na
corte do rei Luís XIV (1643-1715), da França, que abusava do luxo, das perucas
e dos sapatos de salto. Dizem as más línguas (e os registros históricos) que
Luís XIV não passava de 1,60 metro, por isso adorava sapatos que pudessem
aumentar sua estatura.Apesar disso, o salto ficou realmente conhecido no
reinado seguinte. Luís XV não só levou a fama, como também virou nome de um
tipo de salto, largo na ponta e na base e afinado no meio. “O salto era peça
exclusiva do vestuário masculino e apenas na corte de Luís XV passou a ser
utilizado por mulheres”,até serem descartados por completo do vestuário
masculino na primeira metade do século 18.
Em inúmeros mitos e rituais de androgenia
encontramos a tese de uma primeira divindade suprema, que seria andrógina, e
que após ter-se separada em masculino e feminino gerou a primeiro casal
divino.
Em nossa história, temos o exemplo de Maria
Quitéria de Jesus ou Soldado Medeiros que, vestida como um homem, alistou-se no
Regimento da Artilharia e tornou-se heroína da Guerra da Independência.
Casou-se e teve uma filha, não sem antes receber as honras de 1° Cadete.
Conhecer para descortinar o véu.....
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